Deuses da Inspiração #3 – Buda e o menor passo possível

Mesmo pequenos pingos de água enchem o jarro, gota a gota.

—Siddhartha Gautama, o Buda

Qual o menor passo que você pode dar?

Normalmente nos perdemos ao tentar começar um novo projeto, um novo hábito, uma nova etapa da vida porque nos concentramos apenas na visão geral. Nossa preocupação está em como terminar algo que ainda nem teve início.

Analisando a citação de Buda, podemos ver que essa é uma maneira certa de autossabotagem. Devemos, em vez disso, nos concentrar no primeiro passo – na menor ação possível para dar início ao nosso projeto.

Pensando em escrever um livro? Não de desespere pensando em delinear o enredo inteiro de uma só vez, em preparar toda a personalidade do antagonista, em como vai desenvolver a trama romântica da história. Pense no menor passo possível que vai te fazer começar.

Por exemplo, quem é o protagonista? Qual sua aparência física? Qual sua qualidade principal? Digamos que seja a coragem. E seu defeito? Talvez a própria coragem o torne imprudente, agindo com negligência diante de situações onde a calma seria melhor. E assim por diante.

Ou, talvez, podemos começar por onde a história se passa. Digamos que será uma ficção fantástica em um mundo com magia, dragões, elfos, vampiros, trolls e um toque de cyberpunk, uma espécie de Terra alternativa onde a ciência evoluiu junto com a magia.

Desesperou em como criar um mundo desses a partir do nada? Vamos para o menor passo possível. Escreva sobre uma cidade ou vilarejo desse mundo, partindo do abrangente para o específico.

É uma cidade grande ou do interior? Prédios ou casas? Só de uma raça ou várias? Qual o clima, e não só o clima meteorológico, mas também a sensação que a cidade passa. É sombria, maligna, onde ninguém se sente seguro, ou pacífica, idílica, com moradores tranquilos e festivos?

O segundo passo é o mais importante. E o terceiro. E o quarto.

O segredo está em continuar com as pequenas atividades. Cada pequena ação, cada pequeno avanço vai contribuir para o todo.

Também devemos manter o longo prazo em vista, mas de nada adianta planejar e não agir. Os planos podem até dar uma segurança para o futuro, mas as ações só podem ser feitas no agora.

Parece impossível escrever um livro de 50.000 palavras. Mas e 300? Podemos escrever 300 palavras em um dia? Podemos. E amanhã mais 300. E mais.

Não importa a velocidade nem o tamanho do caminho a ser percorrido, enquanto estivermos indo em frente, podemos chegar. Não se trata de um grande plano pro ano que vem; trata-se de uma pequena ação hoje.

Todos começam pequenos. A paciência e a consistência nos fazem encher o jarro aos poucos. Cada pequeno passo nos leva ao sucesso.

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