Deuses da Inspiração #2 – Shunryu Suzuki e a mente do principiante

Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.

-Shunryu Suzuki, no livro Mente Zen, Mente de Principiante

A satisfação de não saber

A mente do principiante é aquela inocente, sem preconceitos, julgamentos ou expectativas. É a mente livre para explorar o mundo exatamente do jeito que ele é. É uma mente infantil, inocente – cheia de curiosidade e admiração. É um modo de ver as coisas sem uma opinião formada. Uma mente que abraça a ignorância ao mesmo tempo em que a conquista com o desejo do aprendizado.

É difícil deixar a mente nesse estado. Sempre queremos saber tudo. Quanto mais envelhecemos, mais temos vergonha de admitir a falta do conhecimento. O que é uma pena, pois isso nos priva do conhecimento. E cada vez nos fechamos mais para as possibilidades. A cada decepção, a cada desistência, a cada plano que não deu certo, deixamos nossa mente de principiante de lado e nos enchemos, aos poucos, do cinismo que a experiência traz. E vamos achando que já sabemos sobre tudo que precisamos saber. Prestamos cada vez menos atenção ao nosso redor.

Não saber deveria ser motivo de satisfação. Admitir não saber é a porta para o aprendizado. É uma atitude humilde e construtiva. Troque o orgulho da ilusória sabedoria infinita pela simplicidade do “não sei”. Abandone a mente do perito e adote a mente do principiante.

Será? Nem sempre

“Será?” e “Nem sempre” são dois princípios fundamentais na filosofia Zen. São dois pensamentos que podemos carregar e usá-los para voltarmos à mente de principiante. Quando tivermos toda a certeza sobre um assunto, basta pensar: será? Quando generalizarmos sobre qualquer coisa, “nem sempre” pode ser útil.

Esses dois princípios nos permitem reavaliar as situações e procurar por novas oportunidades. O que parecia perdido de repente se torna um degrau para outro projeto. A derrota nos ensina lições. A vitória nos mostra onde ainda precisamos melhorar. Quando nos perdemos, conhecemos caminhos novos. A rotina atrofia a criatividade.

A mente do principiante não conhece limites. Sempre há mais para aprender.

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