Deuses da Inspiração #5: Van Gogh e o reconhecimento externo

Não posso mudar o fato de que minhas pinturas não vendem. Mas chegará o dia em que as pessoas perceberão que elas valem mais do que as tintas usadas.

—Vincent Van Gogh em uma carta para seu irmão

Van Gogh, durante o tempo o tempo em que viveu (1853-1890), nunca foi reconhecido como artista. Hoje, suas obras são clássicas e inestimáveis. Não há dúvidas de que ele foi um dos maiores artistas da História.

Van Gogh continuava criando seu material sem se importar se os outros gostavam ou não. Ele não precisava de reconhecimento, aplausos e elogios do público. Ele não precisava de você. Ele não precisava de mim.

Ele não precisava de ninguém para reconhecer o seu talento. Ele precisava era de telas, pincéis e tinta.

Se você está lendo isso, imagino que goste de criar algum tipo de conteúdo — escrever, desenhar, programar.

Você é um artista. O seu conteúdo importa pra você e, não tenho dúvidas, você acredita que importa para os outros. Mas é assim com tudo que você faz? Eu escrevo muitas coisas apenas pra mim, que nem chego a mostrar.

Porque eu sou um escritor e é isso o que eu faço. Eu escrevo. Essa expressão artística é algo que me satisfaz mentalmente.

Não precisamos de aprovação externa. É ótimo recebê-la. Às vezes, podemos perder o foco e correr atrás dela o tempo todo, quando nossa verdadeira intenção deveria ser criar mais. Criar o que nos faz sentir bem. Eu acredito que escrever exclusivamente visando a notoriedade é uma estrada para a decepção.

Não são números, nem elogios, nem comentários que nos fazem criadores. Se ninguém nunca comprar seus trabalhos, você terá outros problemas, mas ainda assim será um artista.

Como escritor, eu luto contra a autossabotagem todos. Os. Dias. Dúvidas sobre meu trabalho, sobre minhas escolhas, sobre meus posts. Sim, até com os posts. Sempre sinto que fiz algo imbecil quando clico em “publicar”. Além desses conflitos internos, não há nenhum tipo de garantia nas minhas criações. É uma aposta, é um risco, é uma parte de mim que está exposta para julgamento.

E, quando não ignorarem, muitos vão julgar. Vai ter gente que detestará o seu trabalho sem motivo. Outros, vão criticá-lo e, possivelmente, derrubar sua autoestima. Faz parte do crescimento. As reações de terceiros estão completamente fora do nosso controle.

Mas temos controle do nosso trabalho, do que aprendemos e de como melhoramos. No fim das contas, a única coisa que podemos fazer é criar mais.

Em 100 anos, não estaremos mais aqui, nem ninguém que conhecemos, e nada disso importará.

O nosso trabalho, entretanto, pode viver para sempre.

Preste atenção no que dizem, mas lembre-se de que não precisa do reconhecimento. Aprenda, evolua, descubra, arrisque.

Crie. Se seu trabalho não importa para mais ninguém, importa para você, e é o bastante.

Este post tem 3 comentários

  1. “Preste atenção no que dizem, mas lembre-se de que não precisa do reconhecimento. Aprenda, evolua, descubra, arrisque.”

    Muitas pessoas acham que ter notoriedade pelo que fazem é o principal, mas não é. Se sentir bem no que faz, ter a felicidade por conta de tudo aquilo que sempre gostou de fazer e ter o reconhecimento depois, só depois de muito trabalho com satisfação… Sim, isso não tem preço.

    1. Thiago d'Evecque

      Obrigado pelo comentário, Divana!

      Concordo, não tem preço mesmo. Ótimo adendo 🙂

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