Karen Alvares: 5 coisas que aprendi escrevendo Alameda dos Pesadelos

A autora Karen Alvares compartilhou com a gente 5 lições que aprendeu ao escrever seu romance de estreia, Alameda dos Pesadelos, lançado pela editora Cata-Vento. Muito obrigado pela participação, Karen!

 

Vívian era apenas uma mulher solitária, com uma vida normal, presa em sua rotina sem graça, até a noite em que presencia um acidente. A partir daí seu pesadelo começa; ela passa a ter visões de um homem que conheceu no passado e desejava nunca mais encontrar. E o pior: ele quer vingança.

Até que ponto um pesadelo é fruto da imaginação? Vívian descobre que o limite entre a alucinação e a realidade é tão pequeno que a loucura está a apenas um passo de distância e o pesadelo pode estar escondido na nossa mente, como um monstro à espreita, esperando sua chance de despertar. E para escapar do seu horror particular, Vívian precisará entender quais foram seus erros. E finalmente aceitar a própria culpa.

 

1) Uma história sempre pode e irá surpreendê-lo

Quando tive a primeira ideia de Alameda dos Pesadelos, eu tinha apenas uma cena na cabeça. Aos poucos, outras ideias foram surgindo e eu sabia sobre o que seria a história, porém, à medida que ela foi sendo escrita, tomou forma e vontade próprias, e os personagens foram me conduzindo até o seu final que, em certo momento, surpreendeu até a mim mesma. Então, mesmo que você ache que sabe tudo sobre sua história, ela ainda pode pegá-lo pela mão e conduzi-lo a um lugar ao qual jamais sonhou chegar.

2) Seu livro nunca estará terminado até que você dê um prazo a si mesmo

Não adianta, seres humanos precisam de prazos, precisam de urgência e de uma luz no final do túnel. E os escritores não são nem um pouco diferentes. Se você não estabelecer uma meta para si mesmo, o trabalho não vai render. E nem adianta esperar pela tal da “musa”, nem sei se ela realmente existe – e se existe, nós só sentimos seu perfume, e bem de vez em quando. Então, para escrever um livro, é preciso sentar e trabalhar, de olho em um prazo final, seja ele dado por outra pessoa, seja por você mesmo. Alameda dos Pesadelos demorou dez anos entre sua primeira ideia e o ponto final, e só foi terminado porque em algum ponto da jornada dei a mim mesma um prazo.

3) E mesmo após o ponto final, um texto nunca termina

Não importa quantas vezes você releia o seu texto, sempre existirá algo a ser alterado, corrigido, aperfeiçoado. Não há uma única vez que eu não leia Alameda dos Pesadelos ou qualquer outro texto meu e não encontre algo que poderia ser melhorado. Portanto, é preciso encontrar um meio-termo nesse caso; a revisão do próprio autor é extremamente benéfica e necessária, mas há um momento em que é necessário parar. De outra forma, seu texto nunca estará pronto, nunca deixará a gaveta e será lido. É preciso deixá-lo abraçar o mundo com suas imperfeições inevitáveis, sabendo que você fez o melhor que pôde por ele.

4) Nem o trabalho

Certo, você escreveu um livro. O trabalho acabou? Nunca. O trabalho vai continuar, e vai continuar para sempre, meu amigo. Você precisa revisar o livro, reescrevê-lo – até o momento em que irá aplicar a ideia da questão acima –, mas então vai procurar por uma editora e, até conseguir uma, vai ralar muito. Quando finalmente conseguir, provavelmente o livro será revisado novamente e você precisará acompanhá-lo e ajudar na decisão da capa. O livro é publicado? Agora você precisa divulgá-lo, vendê-lo. Um livro é só um monte de papel se ninguém lê-lo. E o trabalho de divulgação nunca vai terminar: posts, resenhas, divulgação nas redes sociais, fotos, ações. Gasto várias horas do meu dia apenas divulgando Alameda dos Pesadelos e minhas outras obras. E certamente não é tempo perdido, mas investido.

5) Cada leitor é uma conquista

Um livro é feito por seus leitores que, a cada nova leitura, vão alimentar e viver novamente aquela história que você, escritor, criou. Portanto, cada leitor é uma conquista, cada leitor é especial. Não desperdice nenhum. Conquiste-os, mime-os. Você provavelmente vai conhecer pessoas maravilhosas além de vender e ser lido. A presença on-line é importante, indispensável. Seja carinhoso com seus leitores. Afinal de contas, você escreve para si mesmo pela primeira vez, mas após o ponto final, o livro é deles, dos leitores.


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Alameda dos Pesadelos: Amazon | Leia o 1º capítulo

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