Sem spoilers.

Merkabah Rider: High Planes Drifter é o primeiro livro de uma série sobre um pistoleiro judeu com poderes sobrenaturais, situada em um velho oeste fantástico, gênero conhecido como weird west. O místico Rider enfrenta inimigos da mitologia hebraica e do terror Lovecraftiano.

Sinopse

A Hasidic gunslinger tracks the renegade teacher who betrayed his mystic Jewish order of astral travelers across the demon haunted American Southwest of 1879.

In this acclaimed first volume, four sequential novellas and one bonus short story chronicle the weird adventures of THE MERKABAH RIDER.

Este foi meu primeiro livro inspirado na mitologia hebraica — e minha primeira leitura de weird west, aliás. Eu não sabia o que esperar, mas quando li a sinopse, tive que experimentar. Foi uma grata surpresa.

Whispers carried words he’s heard a hundred times before in towns better than this. Questions both bemused (What do you make of that?) and pregnant with fear-born threat (Who does he think he is?). Speculations (Some kinda Mennonite? A Mormon? A Mexican-Mormon?). Then, probably from some drummer who had been out of the valley once or twice-maybe as far as Tombstone or Bisbee he heard another; Jew.

Cavaleiro Místico

O Rider, como ele se apresenta — usar seu nome verdadeiro é perigoso, pois os nomes têm poder — é um personagem intrigante. Ele cavalga em um burro albino (um onagro, pra ser mais exato) pode sair do corpo físico e caminhar no plano espiritual (ou Merkabah), é um veterano de guerra, um caçador de monstros, um feiticeiro, um renegado e um vingador.

Ele está no encalço de seu antigo mestre, Adon, que traiu sua ordem, os Filhos dos Essênios, abraçou o lado negro e está à solta. O Rider vagueia por pequenas cidades se metendo em problemas demoníacos — e alguns problemas humanos também.

He and Adon both had been dubbed apostates and minim. For a time, The Rider had resented their ire. His master had taught him that God had opened many avenues to His glory, and to fetter oneself in dogma was to insist on riding an ass across the ocean.

Ele está longe de ser um herói overpowered. O Rider é constantemente espancado, enganado e sobrepujado, mas ainda consegue chegar ao topo usando sua inteligência e artefatos religiosos encantados, embora nem sempre com um final feliz. Algumas coisas ficam quebradas sem possibilidade de reparo.

Cabala + Cthulhu

O livro contém quatro novelas vagamente ligadas. Cada um aprofunda a personalidade do protagonista e dá uma dica do que provavelmente será o ápice da série: A Hora da Incursão, quando os antigos deuses Lovecraftianos invadirão a Terra.

“What new kingdom?”

“The kingdom that is to come; when the Hour of Incursion strikes and The Great Old Ones take their place beside the infernal lords as masters of this insignificant world.”

“Would you build a carpet of murdered children to welcome your masters upon? You’re a fool, Cardin. You’re worse than dead. You’re damned.”

High Planes Drifter tem um ritmo rápido, escrito em um estilo pulp, limpo e direto, exceto quando o autor se deixa levar por exposições e listas de descrições. Elas são cansativas e me fizeram pular várias passagens.

Os elementos da mitologia judaica são bem amarrados na construção do mundo e no enredo. Foi uma das minhas coisas favoritas na história. Erdelac combinou religião, misticismo e fé sem ser enfadonho ou fazer declarações. Ele deu a esses elementos uma luz fantasiosa e os vinculou ao ponto de vista do protagonista.

Também adorei como o livro é semelhante a The Witcher. O Rider é basicamente um Geralt de Rivia – um profissional estoico, altamente competente, mas falível, que vaga por um mundo perigoso com uma missão pessoal, ajudando gente comum pelo caminho.

Yet always in the fading eyes of these men had he seen the truth he had known since his first excursion into the high planes; what awaited a man’s soul was not to be taken lightly.